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Mere Keler

PSICÓLOGA

O mito da mãe perfeita: por que abandonar as expectativas irreais é tão libertador

  • Foto do escritor: Mere Keler
    Mere Keler
  • 24 de set.
  • 4 min de leitura
Mãe e fila em frente ao espelho fazendo cuidados com a pele.

Ser mãe pela primeira vez é um portal que se abre — cheio de luz, de promessa, de amor. Mas também de cobranças. De uma voz interna (às vezes tão alta) dizendo que você deveria ser “perfeita” em tudo: presentear o filho com o lanche ideal, mediar conflitos, trabalhar, cozinhar, limpar, educar, amar — tudo isso enquanto dorme pouco. E aí vem o peso da culpa, da comparação, da exaustão.

Este texto é pra dizer: você não precisa ser perfeita. O que importa é amar, cuidar e — sim — aceitar as imperfeições.


1. O que compõe o mito da perfeição

  • Padrões idealizados: redes sociais, comentários de familiares, propagandas, livros de maternidade, tudo reforçando uma imagem da “boa mãe” que não se cansa. A expectativa de estar sempre “no controle”.

  • Autocrítica contínua: quando algo não sai como esperado — o bebê chora demais, você perde a paciência, não conseguiu fazer tudo o que se planejou — vem a voz interna questionando: “Será que sou uma mãe ruim?”

  • Comparação invisível: a sensação de que todas as outras mães têm tudo resolvido — crianças bem comportadas, casa arrumada, rotina linda — menos você.



2. As consequências de tentar ser perfeita

A busca da perfeição não é só um peso emocional — ela pode trazer impactos reais:

  • Um estudo do Ohio State University mostrou que 57% dos pais pesquisados relataram sintomas de burnout parental relacionados exatamente às expectativas sociais de perfeição. (Ohio State Health)

  • Outro estudo indicou que sentir essa pressão está associada a mais estresse parental, culpa, e menor balanço entre vida pessoal/trabalho. (ResearchGate)

  • E não é só você quem sofre: há indicação de que essas tensões afetam também a saúde emocional dos filhos — quando a mãe (ou pai) está exausta, ansiosa ou frustrada, isso repercute no ambiente familiar. (Ohio State Health)


3. Como as expectativas se instalam

  • Normas culturais e sociais: existe uma ideia social de que “mãe é quem faz tudo”, sacrifica tudo, está sempre disponível. É muito difícil encontrar representações diferentes da mãe real, imperfeita, cansada, humana.

  • Autoexigência e perfeccionismo materno: mesmo sem ninguém dizendo diretamente, muitos desses padrões vêm de dentro — acreditamos que devemos dar conta de tudo.

  • Comparação nas redes sociais: ver só os melhores momentos — casa impecável, filhos sorrindo, rotinas maravilhosas — cria uma ilusão de que outras mães vivem isso sempre. Esconde a rotina suja, os choros, o cansaço.


4. Porque esse mito precisa ser desconstruído

  • Perfeição é inalcançável. Tentativa de ser “mãe ideal” todo dia é estrada para exaustão e frustração constante.

  • O amor real comporta falhas — noites mal dormidas, comida que queima, paciência curta.

  • Ser mãe “suficiente” (o famoso “good enough”) já é muito. Chegar inteira todos os dias, ou o melhor possível, já vale.

  • Crianças percebem mais amor, cuidado e presença do que perfeição estética ou ritualística.


5. Estratégias práticas para você libertar-se desse mito

Aqui vão ideias reais pra você aplicar agora (e sentir alívio):

  1. Reescreva suas expectativasAnote o que você espera de si mesma e revise: essa expectativa é minha ou social? É realista? Que parte posso aliviar?

  2. Permita-se errarQuando algo sair “fora do script” — bebê chorar demais, casa bagunçar, chorar junto — reconheça que isso faz parte. Errar não te torna menos mãe; torna você humana.

  3. Limite seu consumo de comparaçãoRedes sociais com critério. Sair do ciclo de comparar histórias, fotos, rotinas. Seguir perfis que mostram maternidade real.

  4. Peça ajuda, delegue, compartilheDeixar tarefas com parceiro, família ou rede de apoio. Não carregar o mundo sozinha. Dividir responsabilidades facilita respirar.

  5. Cuide de vocêMomentos de descanso — mesmo que curtos. Atividades que recarreguem (lazer, leitura, conversa, exercício). Autocompaixão: trate-se com gentileza.

  6. Busque apoio emocionalConversar com outras mães, grupos de apoio, terapia. Saber que outras pessoas vivenciam isso também tira o peso de sentir-se só.


6. Exemplo de realidade

“Quando meu bebê fez três meses, me peguei chorando escondido porque sentia que não estava dando conta. Vi fotos de outras mães com filhos já grandes, casas arrumadas, rotina alinhada, e pensei: ‘Por que comigo tudo é tão caos?’ Foi ali que entendi: esse não era o meu parâmetro. Comecei a valorizar os momentos em que ele dormia tranquilo no meu colo, mesmo que o sofá estivesse uma bagunça. Quando aceitei que minhas imperfeições também contam, percebi que elas faziam parte do amor que eu ofereço.”

7. Convite à reflexão + compaixão

Pare um pouco. Respire. Pense:

  • Que voz interna tem me cobrado a perfeição? Foque nela. Questione: “É minha ou imposta?”

  • Que pequena mudança eu posso fazer hoje para me aliviar de alguma cobrança?

  • Que parte da maternidade quero viver com mais leveza?


8. Encerramento

Você merece viver sua maternidade com amor, com imperfeições, mas também com liberdade. O mito da mãe perfeita não só é impossível de alcançar — ele corrói alegria, autoconfiança e saúde mental.

Você já é suficiente. Seu abraço, seu cuidado, sua presença, mesmo quando tudo parece caótico — isso importa muito. Se quiser, posso te ajudar a transformar isso em um plano de textos ou posts pra redes sociais, pra lembrar todos os dias: você é o bastante. Me fala se quiser irmos por esse caminho.

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